
Depois da versão para museu apresentada em setembro 2022 em Serralves, a nova peça de Luísa Saraiva estreia-se em sala no TBA. O trabalho partiu da pesquisa de campo, na zona da Beira Baixa e das Terras de Arões, sobre canções populares entoadas entre mulheres, onde se destacam temas como o instinto maternal, o trabalho feminino e a violência de género.
O canto feminino polifónico português e a fisicalidade do canto estão na base da coreografia da respiração que compõe Tirana, peça que Luísa Saraiva apresenta no TBA nos dias 9, 10 e 11 de fevereiro.
Photos: Milan Daemgen
Tirana é uma coreografia sonora imersiva que explora a fisicalidade do limite da voz feminina. Através de canções populares portuguesas e repertório polifónico feminino sobre temas como a maternidade, violência e trabalho, a peça aborda questões de género na produção e interpretação do som. A atenção à natureza táctil do som e à relação entre corpo e espaço é capturada num objeto/escultura que opera como instrumento musical desenhado exclusivamente para esta obra pela artista sonora Inês Tartaruga Água. Ao criar paisagens sonoras e de movimento, procura-se mapear as fronteiras entre a respiração, o som e o canto. Tirana:
Tipo de fandango
Antiga canção popular espanhola de movimento moderado e ritmo sincopado e ternário, que começa com as palavras “¡Ay, tirana, tirana!” Mulher ingrata, esquiva ou má Mulher cruel
